terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Be~la (nov/2012)




na primavera presente,

não te encontro.



me pergunto, se já aprendestes

a viver eternidades

dentro de um só instante?



tua realidade ainda

é impossível,

impossível

deixar os sonhos,

é impossível vivê-los, ainda.

o que é possível?



dirão da mediocridade,

são flores,

dirão da mansidão,

foram folhas,

as últimas,

a rolar na calçada

levadas pelo vento

neste fim de outono.



o inverno,

agora, nesta altura das estações,

me parece tranquilo,

diferente do frio das cigarras,

me parece um momento intenso,

pleno, quem dirá, quem virá,

quem serei?



as estações,

nesta altura,

duram anos, como os dias, no piscar dos olhos,

são feitas de manhãs, tardes e noites,

e recomeçam,

giram, giram,

e recomeçam.



a próxima primavera esta lá,

depois de uma estação inteira,

que levará anos, como os dias,

levará manhã, tarde e noite,

nessas horas, plenas.



lembro-me da anterior,

e lembro da primeira primavera,

lembro tambem

do primeiro verão,

do primeiro outono...



o inverno é sempre pleno,

por isso me anima,

é sempre uma esperança,

de que neve, neve.

bonita e brilhante,

como nos filmes,

em que neva no natal.



espero a próxima primavera,

como será,

como serão as flores do campo,

as margaridas, os crisantêmos,

ah... as queridas e intocavéis orquídeas

as flores nunca são as mesmas.

mas como as amo,

bruto, suave,

como sinto falta do seu perfume,

que nunca mais existirá,

como naquela primavera passada,

como anseio saber como será

na primavera futura...



desejo, pleno,

da certeza, de saber que existes,

como nunca existiu antes,

como as estações,

como as manhãs,

as tardes e as noites,

desses minutos eternos,

que nunca mais existirão.



são novos outonos,

são novas primaveras,

serão novos verões,

chega o inverno,

no vento que arrasta as últimas folhas.



nas canções, que cantam,

a primavera manhã,

a primavera tarde!



o inverno, o verão,



o outono noite.





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