sábado, 26 de janeiro de 2013

Alma Nova




E então depois de algumas apresentações

e gracejos se beijaram

um beijo perfeito e maduro

as carnes das bocas se tocaram

e as línguas e os corpos se encontraram

em um mesmo rítmo, rápido ou lento,

juntos no mesmo movimento harmônico,

os braços se abraçaram, ombros,

cinturas, sentiram-se, experimentaram-se.



E então se olharam por um segundo,

um riso leve, nem tímido, nem escancarado...

E se encontraram de novo,

as bocas e suas carnes,

as cabeças dessa vez giraram para os lados inversos,

e tornaram a girar, enquanto se abraçavam mais,

os corpos se sentiam,

nem distantes, nem sufocados,

já se conheciam, suas formas já lhes eram familiares,

já tinham se encontrado antes, nos corpos

havia um aconchego, de muitos corpos,

que só tem quem já teve um aconchego...

Sentiram seus cheiros, perfume e saliva,

era próximo, cheiro de bons momentos...



E então perceberam que a música continuava a tocar,

estavam ali no mesmo lugar.

Faltava-lhes um silêncio,

que perdura mesmo nos últimos beijos,

e antes das auroras, e crepúsculos.

as almas tinham idades diferentes.

Então, seguiram o baile.



Nenhum comentário:

Postar um comentário